segunda-feira, 28 de julho de 2008

De algemas, grampos e bananas


imagem balada daqui


'Sente a marisia, acende, puxa, prende, passa, uuu...'



Confissões do quiliasta Tarso Herr Genro



Por Carlos Reis em 27/07/2008


O que esperar mais de Tarso Herr Genro? Ele acaba de confessar-se. Nós não lemos mentes, mas as percebemos e as identificamos quando elas estão abertas. Sentimos seu cheiro ruim lá da rua. Mas agora, depois dessas revelações psicanalísticas nem disso precisamos mais.



O episódio dos grampos me lembra o O’Brien de 1984 de George Orwell. Tarso Herr Genro é o O’Brien. Mais sedutor, mais sutil, mas é O’Brien. E infinitamente mais perigoso porque é de carne e osso. Centenas de milhares escutas telefônicas não são exatamente a característica de uma democracia. Estão mais para 1984. Tarso Herr Genro, o torturador ideológico de luvas de pelica, sabe disso.



A frase do O’Brien petista que as algemas devem servir apenas para proteger o réu merece uma leitura psicanalítica. O falecido psiquiatra Dr. Ronaldo Moreira Brum, amigo e parceiro de José Giusti Tavares, organizador do livro TOTALITARISMO TARDIO, O CASO DO PT, Ed Mercado Aberto, 2000, Porto Alegre, já ensinava e iluminava para nós os porões da mente totalitária. Dizia o prof. que o totalitarismo radica na alma humana, mas que o caráter anal e a personalidade paranóide têm um papel fundamental. Por outro lado, tais indivíduos controladores e dominadores, de fala mansa e baixa, contam com a angústia das massas.
A massa, psicologicamente desprotegida, necessita, como é assinalado por vários estudiosos desse tema, identificar-se com lideranças que ofereçam caminhos que, pelo menos, pareçam seguros.




Tavares nos lembra que Tarso Herr Genro afirmou em livro seu de 1988 “que seu partido deveria apropriar-se da teoria de Rosa, Lenin, Gramsci, Lukács e Bloch”. O que mais falta para o O’Brien de Santa Maria exercer sobre nós sua tirania, a violência, o voluntarismo, e a ditadura? Nada mais, desde que o povo brasileiro sucumbiu à certeza revolucionária e totalitária. Nessa frase-síntese ele confessou seu desejo de morte, de ódio, de inveja, de ressentimento, e um insopitável desejo pelo controle total, de um panopticon que perscruta até a alma do infeliz indivíduo por ele espionado. Essa é a mente revolucionária e totalitária por excelência, vingativa por excelência, que maneja o presente e o passado com a certeza e a convicção, para uso interno, de que o futuro e as promessas dos paraísos futuros, na verdade, não interessam – “os denominados fins últimos do socialismo não são nada; o movimento é tudo”, como dizia Berstein já em 1899 (TAVARES, 2000). Olavo de Carvalho diz parecido, que o comunismo é o presente (uma cultura), enquanto não chega o socialismo radiante do futuro.



Líderes de voz suave, sussurrada, assoviada, rouquenha, têm a propriedade de inocular certezas na sociedade em doses homeopáticas e anestésicas. Eles conseguem eliminar a incerteza, reduzir ou suprimir a ansiedade, como diz Tavares, e sabem prometer um mundo melhor como ninguém. São mestres nisso, mas não conseguem esconder sua capacidade de gerar energia revolucionária, o ativismo político a que chamam transformação da práxis, mudança, que sabemos produz o atrito dos corpos. Por isso sentimos o cheiro do cérebro doentio maquinando, e o cheiro de queimado das suas vítimas. Quatrocentos mil grampos telefônicos e cinqüenta e cinco mil assassinatos por ano, estes são os números da Justiça de Tarso Herr Genro. Agora ele confessou – nos preparemos para o pior.



Difícil não ver em Antonio Palocci, Tarso Herr Genro, Greenhalgh, em Lula essas vozes de diabólica suavidade. Stalin falava baixo. Tarso Herr Genro ainda tem mais uma qualidade negativa: como Márcio Thomas Bastos é capaz da formulação esquizofrênica em estilo acadêmico e verboso; inverte o real e o expõe como verdade, e consegue arrancar aplausos de suas vítimas, embora deixe entrever um interior nojento e doentio. O’Brien andava sozinho. Yágoda e Beria tinham este perfil solitário e assustador. Viraram impessoas.



Algemas para proteger o réu se explica por essa leitura. A sociedade que se foda: um réu ou criminoso tem que ser protegido dela neste Estado invertido! Afirmar a prisão coletiva da sociedade nos grampos estatais, em tom ameaçador e sádico, é típico do torturador racional e frio do estado policial. Tarso Herr Genro é uma psicopatologia ambulante. Foi por isso que sempre vi nele o fim do PT, a sua autodestruição, o próprio auto-aniquilamento do partido-estado. Como equivalente a um reasoning de estado, ou real politik, parece ser isso que os americanos vêem no Brasil e na Venezuela de Chàvez: lideranças psicopáticas desse tipo não duram muito.



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Confio e espero que Carlos Reis tenha razão ao dizer que "lideranças psicopáticas desse tipo não duram muito."

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Troféu Banana!



Vai, sem dúvida alguma para Celso Amorim o Kumpanhero do Itamaraty Petralaha!